domingo, 22 de fevereiro de 2009

Gota de Ran Tan Plan Revisited #1

Estive mais de uma hora ao telefone com um amigo que só recentemente deu com este cantinho. Deve ter-me vasculhado o blóguio de trás para a frente, e durante muitas horas, que apresentou ideias claras quanto às suas preferências. Salientou esta entrada (adopto oficialmente esta palavra em vez de post, obrigada, David). O título era A Transbordar de Ternura. Não me lembro de qual era a música (ainda não registava sempre a banda sonora das entradas), coisa que me faz confusão e me devolve o eterno pavor pelo gande A (sim, maior do que o que tenho pelo grande C), mas era, seguramente, uma grande música. Mozart, quase de certeza. Nada se harmoniza tão bem com Messy como a música de Mozart.

Que não vou pôr agora, porque quero deixar Don McLean a tocar. Por causa de uma certa frase. Messy sabe qual. É como no poema de Alberto Caeiro (Messy também sabe qual, e em que versos). «Quando eu morrer, filhinho...» Messy sabe.

A falta que Messy me faz!

Há alturas em que me ponho a olhar para ela e fico com os olhos incomodamente cheios de lágrimas, tamanha a capacidade de amor deste serzinho peludo com três quilos e duzentos gramas de peso.

E tamanho o seu talento para mandar em mim e de mim conseguir tudo o que quer. Messalina gosta de beber água directamente da torneira do bidé. Não é que não tenha a sua própria água, numa tacinha de vidro, mudada duas vezes por dia. É só que gosta mais de beber da torneira, e quem sou eu para lhe recusar isso? E sabe explicar-se muito bem, vem ter comigo e começa a reclamar, um timbre especial e exigente no miado. Levanto-me e sigo-a, ela enfia resolutamente na direcção da casa de banho. Às vezes paro no caminho, só para prolongar a cena. Ela também pára, olha descontente para trás, com um ar reprovador que sei ler muito bem: Então, cretina, estás à espera de quê?


Entramos na casa de banho, ela salta para cima do bidé, à espera de que eu abra a torneira. Obedeço. Fico enternecida a vê-la beber.

(foi com esta fotografia que estreei a máquina digital, há um ano)


7 comentários:

  1. "This world was never meant for one as beautiful as you". Era isto?

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  2. O amigo recente tem olho para as entradas (confesso que apaguei 'os posts') comoventes.
    Gosto tanto desta música...Nádia também, que se veio aqui enroscar ao meu colo, para espreitar a foto de Messy...
    Um beijo grande

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  3. Aposto que sim. Mas cá em casa há uma regra de ouro: Messy, sem artigo. Haja respeito, que ela é uma grande personagem.

    É esse verso, sem tirar nem pôr. E comove-me sempre mais do que eu sei dizer. Sempre, como se ouvisse a música pela primeira vez.

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  4. Safira,
    Nem sei que te diga...
    Acabo de fazer uma fotografia deliciosa de Agri, enfiada dentro de um saco do Ikea (cheira-me que vai aparecer aqui). Obrigada pelo apoio, tu percebes muito bem. Grande beijinho à Nádia. BTW, adoro os nomes dos teus bichos. Sasha Margarida é um primor, nunca consigo lê-lo sem sorrir :)

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