A Família Forsyte
Acabei há pouco mais de uma semana de rever esta série, que a minha memória infantil tinha retido como magnífica. Tinha um certo medo do reencontro, confesso: é que, entretanto, passaram mais de trinta anos e há coisas que, quando revisitadas, por o nosso olhar ser já outro, perdem grandeza, esfumando-se a magia no ar.
A Família Forsyte (The Forsyte Saga) passou na televisão portuguesa quando eu tinha apenas dez anos, e foi a primeira coisa que me deixaram ver à noite — podia ficar na sala até mais tarde apenas uma noite por semana, e eu escolhi esta série, depois de a ver anunciada no Cartaz TV, de Jorge Alves, programa que apresentava os destaques da programação para a semana seguinte, abrindo sempre com o seu célebre «Olá amigos, a todos muito boa noite.» Acompanhei sem arredar pé os seus 26 episódios e nunca mais a esqueci.
Já na adolescência, talvez lá pelos quinze anos, devorei os seis volumes do romance de John Galsworthy (Nobel da Literatura de 1932) que tinha inspirado a série, e as minhas reminiscências garantiam-me que a fidelidade ao original era assombrosa. Viria a relê-lo várias vezes, tenho-o absolutamente presente na memória.
Namorei a série em VHS durante muito tempo, o preço era proibitivo. Quando foi editada em DVD foi imediatamente para o meu carrinho de compras da Amazon, adiando sempre o momento de a encomendar, que custava quase cem libras, numa época em que uma libra equivalia a mais de um euro e meio. Aos poucos, foi baixando de preço, gradualmente, mas continuava muito cara. Eu ia-lhe espreitando sempre o preço, até ao dia em que, de repente, arregalei os olhos: estava a dezassete libras e qualquer coisa. Encomendei imediatamente e em boa altura o fiz: dois dias depois, querendo saber se já vinha a caminho, descobri que já custava 35 libras! Agora está novamente mais barata, mas nada que se compare com o que paguei.
Já na adolescência, talvez lá pelos quinze anos, devorei os seis volumes do romance de John Galsworthy (Nobel da Literatura de 1932) que tinha inspirado a série, e as minhas reminiscências garantiam-me que a fidelidade ao original era assombrosa. Viria a relê-lo várias vezes, tenho-o absolutamente presente na memória.
Namorei a série em VHS durante muito tempo, o preço era proibitivo. Quando foi editada em DVD foi imediatamente para o meu carrinho de compras da Amazon, adiando sempre o momento de a encomendar, que custava quase cem libras, numa época em que uma libra equivalia a mais de um euro e meio. Aos poucos, foi baixando de preço, gradualmente, mas continuava muito cara. Eu ia-lhe espreitando sempre o preço, até ao dia em que, de repente, arregalei os olhos: estava a dezassete libras e qualquer coisa. Encomendei imediatamente e em boa altura o fiz: dois dias depois, querendo saber se já vinha a caminho, descobri que já custava 35 libras! Agora está novamente mais barata, mas nada que se compare com o que paguei.
Fiz maratonas a rever a série, principalmente ao fim-de-semana. A duração de cada episódio (e são 26) é de uma hora inteira, não o formato moderno de 45 ou 50 minutos. Confirmei a avaliação que a criança de tantos anos antes tinha feito com precisão: é brilhante. É uma obra-prima. Pouco me importa que seja a preto e branco, que a qualidade de imagem nos exteriores deixe muito a desejar — a BBC sempre teve esse problema. É uma obra-prima, repito.
A fidelidade ao livro é total, não há uma personagem inventada, duas personagens reunidas numa única, situações criadas. A riqueza e a densidade das personagens perpassou inteiramente para o ecrã, com menção especial para as três figuras centrais, três magníficos actores, fruto daquela maravilhosa escola de Teatro que é a melhor do mundo. Já todos partiram deste mundo. Soames (Eric Porter, 1995), Jolyon (Kenneth More, 1982) e Irene (Nyree Dawn Porter, 2001).
Recomendo a todos. Aos que viram... para matarem saudades. Aos que nem eram nascidos em 1971... para se deleitarem com um trabalho de extraordinária qualidade. E para se apaixonarem, como aconteceu comigo.
Em 2002 a BBC fez nova produção, que está com críticas fabulosas, toda a gente lhe dá cinco estrelas. A comprar brevemente, portanto. Quero comparar, porque melhor do que isto... parece-me impossível.
A fidelidade ao livro é total, não há uma personagem inventada, duas personagens reunidas numa única, situações criadas. A riqueza e a densidade das personagens perpassou inteiramente para o ecrã, com menção especial para as três figuras centrais, três magníficos actores, fruto daquela maravilhosa escola de Teatro que é a melhor do mundo. Já todos partiram deste mundo. Soames (Eric Porter, 1995), Jolyon (Kenneth More, 1982) e Irene (Nyree Dawn Porter, 2001).
Recomendo a todos. Aos que viram... para matarem saudades. Aos que nem eram nascidos em 1971... para se deleitarem com um trabalho de extraordinária qualidade. E para se apaixonarem, como aconteceu comigo.
Em 2002 a BBC fez nova produção, que está com críticas fabulosas, toda a gente lhe dá cinco estrelas. A comprar brevemente, portanto. Quero comparar, porque melhor do que isto... parece-me impossível.
do meu tempo não é essa série; sabia da sua existência, mas há trinta anos (ou mais) eu ainda cá não andava... li foi os livros (3 tomos); faltam-me ler os 3 de "Os Novos Forsyte...
ResponderEliminarDepois emprestas-me.
ResponderEliminarAhhh, bom... emprestar-me sairia muito caro... rsrsrs... mais ou menos o preço da encomenda em si...
ResponderEliminarEntão deixo pra qdo aí estiver, pode ser?
Tinha saudade de ouvir esse opus noturno de Chopin- maravilhoso...
beijinhos
André,
ResponderEliminarLeste os três melhores volumes (a série engloba os seis). A personagem central dos Novos Forsyte é Fleur, a filha de Soames que nasceu no fim do 3.º volume. Arrebatada, egoísta, estragada de mimo pelo pai . e completamente obcecada de amor pelo primo. Chega-se a detestá-la (prova do génio de Galsworthy). Acho que devias ler os que te faltam, mesmo assim. Aquilo é um enorme fresco da Inglaterra vitoriana e vai até mais de meio dos anos 20.
Mad,
Tenho uma ideia melhor ;)
CoRa,
Fazemos umas pajama parties com maratonas de Família Forsyte.
Quanto à música, foi escolhida porque a personagem Irene adorava Chopin - que nunca foi um dos meus compositores preferidos. Mas este nocturno é belíssimo, sim.
Beijinhos a todos.
E encontrei em francês outros volumes dispersos. Adorei esta série:)
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