Baú das Relíquias #2: Dizzy
Outra memória muito antiga, também dos meus oito anos. Esta música fez furor! E eu, claro, adorava-a! Como tinha primos mais velhos que tinham o disco, fartava-me de o pôr a tocar. Um belo dia, querendo imitar o que via fazer aos mais crescidos, pus-me a dançar. Sozinha, claro. E de repente, numa reviravolta qualquer, fiquei de frente para a porta, no meio daquela bailação desajeitada mas entusiástica, e dei com a minha Avó e a minha Tia Laura perdidas de riso a gozar o prato.
Essa cena deve estar, certamente, na origem de eu recusar, a partir dos 14 e 15 anos, todos os convites para festinhas, com as desculpas mais parvas, por achar que não sabia dançar. A primeira vez que me atrevi, muito apreensiva, já tinha 16 anos e meio, e foi na viagem de finalistas do Liceu à Madeira. Nunca mais me esqueço, foi o Hey Jude, dos meus queridos Beatles. Depois perdi o acanhamento e sempre adorei dançar.
O single do Dizzy devo-o a um namoro fugaz (uns dois meses) que me deixou óptimas lembranças. Até foi ele que acabou, por motivos que compreendi perfeitamente. Tive pena, mas não pude deixar de lhe admirar a honestidade e de concordar com ele: tinha de ir viver uma história importante que ficara por acabar. Seja como for, foram dois meses muito bons e alegres. O T., que era uns dez ou onze anos mais velho, tinha vivido em cheio aquela época que eu adorava e em que não passava de uma miudinha, e lembro-me de que nessa despedida, num almoço, uma das últimas coisas que me disse foi que nunca esqueceria que eu lhe tinha devolvido a música da sua adolescência. Uma vez fomos de propósito, altas horas da noite e saídos do Stone's, a casa dos pais dele, onde ele sabia ter ainda todos os seus discos dos anos 60 - era Verão e os pais estavam fora de férias, a casa, aliás casarão, que eles eram nove irmãos, estava vazia. Lá surgiram aqueles velhos álbuns para guardar singles (só os mais velhos se lembrarão deles, vendiam-se em qualquer papelaria de bairro, a maior parte das vezes com umas capas de fugir de pirosas), que eu me pus a investigar, excitadíssima. No meio de exclamações extasiadas e da pilha dos que ia seleccionando para ouvirmos a crescer, dei com o... Dizzy, de Tommy Roe. Nem queria acreditar! No Stone's não o tinham, tinha passado muitos anos sem o ouvir. E continuava incrédula a olhar para a capa e só dizia «O Dizzy... O Dizzy...», numa emoção doida. O T. tirou-me o álbum, sacou o disco da bolsinha e estendeu-mo, enternecido. «Tome, é para si. Ofereço-lho.» Atirei-me ao pescoço dele, doida de alegria com tão maravilhoso presente.
E sim, já há muito que tenho o Dizzy em CD. Não é uma grande música, claro está. Mas tenho-lhe um carinho enorme.
Teresa,
ResponderEliminarfeliz Carnaval!! :)
Bem, esta música... o que me diz é rigorosamente nada... não me é de todo familiar...
Vai daí que não tenho grande acrescento a dar ao meu comentário, mas já que cá havia clicado, há que deixar o meu beijinho grande, ora pois!!
Fica bem, linda!
E cá te deixo o beijinho grande!! :)
(eu sou como as alcoviteiras... mmo não percebendo nada do assunto, tenho de vir ver na mesma... desculpa lá, amiga, mas não sei ser doutro modo)
Teresa,
ResponderEliminarEu lembro-me muito bem deste Dizzy. Era mesmo daquelas com que dançávamos "ié-ié". Achei muita graça à tua descrição. Acho que aconteceu com todo(a)s os que tínhamos primos mais velhos: treinávamos a dança às escondidas.
Beijinhos
BOM DIAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!
ResponderEliminarAi Teresa... desculpa lá falar alto assim tão cedinho!!! Não saí ontem e agora mete-me impressão estar sozinha, sem companhia para conversar, caramba!!!
Vá, dorme mais um bocadito!!
Beijoco bom na Teresa!!!
Mas eu volto!!
ahahhaha
Lisa
Xiiiii, o que eu dancei esta música! Até ficar dizzy...
ResponderEliminarbjs
Faço parte da geração que já não conhece a música. Mas, apesar de tudo, é-me familiar. O que quer dizer que das duas uma: ou já a ouvi em algum lado ou muitas das músicas que ouvi eram inspiradas nela.
ResponderEliminarMas, gostei ainda mais da história do Álbum. O vinil é mesmo muito melhor.
Beijos
Dessa não lembro bem... Mas sem dúvida é boa para "cacoalhar o esqueleto" como se diz por aqui! ;)
ResponderEliminarQue bom que venceste o pudor de partir pra pista de dança. Há terapia mental ou física melhor do que entregar-se ao ritmo de uma melodia? Diga lá...
Espero é que não tenhas dançado o "Hey Jude" ao ritmo do "Dizzy". Seria motivo para mais uns anitos sem dançar... ;) Beijocas!
ResponderEliminarTu acabas comigo, linda....
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