John Lennon. The Day the Music Died
8 de Dezembro de 1980. Faz hoje vinte sete anos. Vinte sete. John Lennon foi assassinado. Quando disse, anos antes, o seu célebre «The Dream is over», não sabia quão ironicamente enganado estava. O sonho tinha perdurado ainda depois dos Beatles, foram as balas do assassino cujo nome não vou escrever que o mataram. E que nos deram consciência da nossa própria mortalidade. Obrigada, Yoko Ono, o grande amor da vida de John, por continuar a lutar para que a criatura não saia da prisão. Já lhe foram recusados quatro pedidos de liberdade condicional. No dia 8 de Dezembro de 1980 morreu muito mais do que um homem, morreu uma concepção do mundo. Foi o fim definitivo de uma era.
Ele tinha 40 anos acabados de fazer (9 de Outubro). Eu tinha 20, feitos em Agosto. E, claro, tinha uma enorme paixão pelos Beatles. Ele era o meu preferido, pelo sentido de humor sardónico, que não poucas arrelias lhe trouxe. Devido à diferença horária, já só no dia 9 fomos colhidos pela notícia. Tinha combinado almoçar em casa do Vítor, como em tantos outros dias. Ele não tinha aparecido na faculdade, na véspera tinha-me dito para ir lá ter depois das aulas, mesmo que ele não pusesse lá os pés. Estranhei que fosse ele a abrir a porta, estranhei encontrá-lo já à minha espera no patamar, junto do elevador. Abri a porta interior, ele abriu a outra e pôs-me as mãos nos ombros. «Teresa, o John Lennon morreu.»
Devo ter aberto muito os olhos, dividida entre espanto e incompreensão, a tentar assimilar. Não me lembro do que disse, se é que disse alguma coisa. Só me lembro de que chorei. Ali, no patamar, parada ao lado de um elevador com as duas portas escancaradas. Chorei no ombro do Vítor.
A imagem que ilustra este post é a capa da revista Time dessa semana. Uma preciosidade. Que eu tinha. Estupidamente, emprestei-a. Adivinhem o que aconteceu... O título, «When the Music Died» é uma referência (incorrecta) a um verso do refrão de American Pie, de Don McLean: «The day the music died...»
Now playing: John Lennon - Imagine
click to listen
Excepcionalmente, este post está repetido no Beatles Forever!
click to listen
Excepcionalmente, este post está repetido no Beatles Forever!
Tinha 11 anos nessa altura.
ResponderEliminarLembro-me de ver a notícia na televisão e de me ter arrepiado...
May he rest in peace.
Era um tipo fantástico.
Não posso acreditar que já passaram tantos anos...
ResponderEliminarFoi um dia muito triste.
Beijinhos e bom fds
Meu favorito sempre foi o George, mas fiquei muito triste porque ele era um rebelde inteligente e sensível e sem dúvida o autor das grandes letras dos Beatles.
ResponderEliminarComo podes imaginar, nessa altura o John Lennon me era um bocado indiferente. Ao longo dos anos aprendi a ter-lhe respeito e admiração, mas, talvez porque não sou da época, nunca lhe tive paixão. Mas conheço o sentimento, muito bem. Até hoje me lembro o que fazia a 1 de Maio de 1994, quando morreu o Ayrton Senna, no dia que fiz 17 anos... Apenas duas semanas depois de se ter descoberto o corpo de Kurt Cobain, suicidado a 5 de Abril de 1994. Nunca esqueço estas datas. Até que, por ironia do destino, estima-se que tenha sido também a 5 de Abril que o Lane Staley (alice in chains) morreu, 10 anos depois.
ResponderEliminar"Até porque"... e não "Até que"... desculpa.
ResponderEliminarEu nasci uns diazinhos depois, e lembro-me que a minha mãe falava sempre no dia 8 como o dia da mãe, o dia de Nossa Senhora da Conceição e o dia da morte do Lennon.beijo
ResponderEliminarespero que esse dia 8 daqui a anos, não nos lembrem só mortes e separações... é triste
ResponderEliminarEu soube no colégio e cheguei a casa da minha tia (onde morava na altura para não ter de ficar interna no colégio) com cara de caso. Levei com um interrogatório cerrado, porque ela não acreditou que fosse por causa do John Lennon e achou que eu estava de namorico (e estava!)...
ResponderEliminarSó tinha um ano quando o Lennon morreu... mas, como adoro os Beatles desde miúdo, sempre foi um desgosto para mim saber que não era possível reuni-los aos quatro. Ontem, consolou-me ver na RTP2 um documentário sobre um disco fabuloso, Love, feito pelos Beatles que restam (McCartney e Ringo) com o Cirque du Soleil. Tenho-o ouvido muito, no carro, em viagem.
ResponderEliminar