A verdade nua e crua
As vossas respostas divertiram-me imenso... e também foram uma lição: devo ser menos transparente do que julgava. O David fez aplicadamente os trabalhos de casa, andou a pesquisar como um doido aqui e no blóguio do Liceu, acabou por acertar apenas uma. Já a AEnima, aposto, teve uma abordagem científica. Usou o seu brilhante raciocínio matemático, até fez duas tentativas... e acertou também numa única resposta. Tal como quase todos os outros, que só acertaram numa. As gloriosas excepções foram o Pedro, a Ana e o Van Dog, que identificaram correctamente duas mentiras. O grande boo vai para o Luís, que não acertou numa única!
Passo a explicar.
1. Tenho terror de ratos.
Verdade absoluta. Já desmaiei por causa de ratos. Quando vivia na Beloura houve um dia em que me saltou uma ratazana de dentro do contentor (felizmente saltou na direcção oposta, e não de encontro a mim, aí eu teria morrido de ataque cardíaco). Os meus gritos devem ter-se ouvido no Ramalhão. Passei a ir passear o lixo de carro e a levá-lo ao Linhó, que nem conseguia aproximar-me dos contentores do prédio. Não sei explicar, é absolutamente irracional. Pego em baratas, aranhas (bichinhos fascinantes) ou cobras com a maior das descontracções. Mas ratos... ratos são o meu quarto 101.
2. Perco a cabeça com um bom coelho à caçadora.
A primeira mentira. É que nunca provei sequer coelho em toda a minha vida! Eu era lá capaz?!
A primeira mentira. É que nunca provei sequer coelho em toda a minha vida! Eu era lá capaz?!
3. Estive para casar com um milionário suíço e desmanchei o casamento na véspera do noivado.
Pois foi. E a Mad é uma tonta, já sabia desta história. Entretanto, nas estranhas voltas que a vida dá, ele encontrou-me há uns dois anos pelo Skype. Vive actualmente nas Bahamas, ontem eu e o Vítor rimos como uns doidos com um excerto de uma conversa nossa de há dias.
Só não me perguntem por que é que falamos em inglês, quando a língua-mãe dele é o francês, limito-me a dançar conforme a música.
4. Já acordei na cama de um homem de cujo nome nem me lembrava.
É verdade. Agradeço sensibilizada a todos os que se recusaram a encarar isto como possível, achando que eu devo ser a Virgem Santíssima. Posso acrescentar que quatro meses depois vivíamos juntos, e que essa é que foi a asneira. Uma one night stand deve ser isso e apenas isso.
5. Li Os Maias para cima de 300 vezes.
Claro que é verdade! É impossível precisar o número de vezes que reli, absolutamente deliciada, esta obra-prima. Quando eu tinha 25 anos, pelos meus cálculos, entre leituras completas e aquelas em que se pega no livro só por nos apetecer rir com a ida a Sintra, o sarau no Trindade, o jantar nos Gouvarinhos ou a carta do Dâmaso... e se acaba por relê-lo inteiro, ia em muito mais de cem. Passaram mais de vinte anos, é só fazer as contas...
6. Já viajei mais de dois mil quilómetros só para pôr flores na sepultura de uma pessoa (que nunca conheci) numa data especial.
Sim. Lírios brancos para Oscar Wilde, no centenário da sua morte (contei aqui).
7. Tenho onze gravações diferentes de A Flauta Mágica.
Aqui fui cabra, desculpem... E vocês deixaram-se enganar por saberem da minha paixão por Mozart e por esta ópera. É mentira. Só tenho nove. Mas hei-de ter mais...
8. Não suporto queijo nem qualquer prato que o tenha na composição. Dizem que perco bastante.
Isto é uma mentira ultrajante! Sou o oposto. Queijo é, para mim, o manjar dos deuses por excelência. Era capaz de viver só de queijo.
9. Fico fisicamente mal disposta se oiço qualquer música de David Fonseca.
É que não podia ser mais verdadeiro. Tenho de mudar logo de posto a toda a pressa, já a sentir um vómito a subir. É a voz, é a completa falta de noção de melodia... é o pacote completo! Graças a ele, Anita Ward e o seu Ring My Bell estão perdoados. Afinal a pequena até cantava umas coisas e a musiquinha não era tão medonha como eu pensava; idem para Tina Charles, cujo I Love to Love, descubro agora, afinal até era uma canção bem jeitosa. Perspectiva, perspectiva! Foi preciso conhecer David Fonseca, pronto.
10. Já fiz voluntariado de apoio às prostitutas do Intendente.
É verdade. Uma experiência que me marcou muito, vi coisas dilacerantes.
11. Recusei um convite de Michael Schumacher para tomar café.
Alguém me explica o que é que o senhor tem de especial para acharem que isto era inventado? Pois claro que é verdade! Não é Jeremy Irons, pois não? Nem Al Pacino, Leonard Cohen, Anthony Hopkins ou Charles Aznavour, pois não? Por que raio havia eu de aceitar, que ainda por cima achei-o feio como os sete pecados? De resto, o meu interesse por Fórmula 1, que nunca foi grande, quase se extinguiu no dia em que François Cévert morreu. Perguntem-me lá se eu recusava um convite dele, vá...
Não vale! Eu ia trocar a do queijo pela número 4! (E não duvidando as suas virtudes públicas e muito menos dos seus vícios privados!)
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEu ia dizer não sei o quê de ratos e queijos e Oprahs, mas esqueci-me... hã... oi...
ResponderEliminarAi que calor que aqui está!
Pedro,
ResponderEliminarPois, pois... :)
Gostei da citação cinéfila, lol!
AEnima,
Então mudaste de ideias e apagaste o comentário? Mau! :)
Mad,
Está, não está?
What a hunk!!! De uma mulher se atirar nua para o chão. Morreu com 29 anos, que desperdício!
Ah, o François Cévert também era a minha única ligação à Fórmula 1... pensei que já ninguém se lembrava dele, a não ser eu! E também pensei que se escrevia com S, mas parece que estava enganada.
ResponderEliminarUm dia, dou-te a provar um coelho assado na brasa, desfiado e com molho de vilão, à moda do Alentejo. Impossível não gostares, garanto.
Sério! Foi uma questão de minutos mesmo! E até porque acontece aos melhores, não é verdade? A Flauta Mágica nunca diria, somente porque tem tem 9 tem 11. Estou é há espera que dê os seus palpites acerca minhas mentiras!
ResponderEliminarAna,
ResponderEliminarE eu também pensava que ninguém se lembrava de François Cévert! É nestas pequenas coisas que temos a vantagem da idade (que já vai tendo as suas desvantagens). Eu tinha 13 anos quando ele morreu.
Um deus grego, vai dar post.
Quanto à sugestão gastronómica... agradeço a boa vontade... mas sou mesmo incapaz. O bicho inspira-me uma ternura tamanha que não consigo. Acredito em ti, acredito que seja uma delícia. E espero que nunca ninguém faça a maldade de me fazer comê-lo dizendo que é outra coisa. Seria uma enorme maldade mesmo, e uma tremenda falta de respeito.
Pedrinho,
(ou seria Pê-Pê o tal diminutivo de que falou no blóguio da Diabba? :) - eu em pequena era Tê-Tê para a minha Mãe e quase toda a gente, em adulta passei a Tê, só o meu Pai me chamava Teresinha, que é como quase todos os meus amigos me chamam)
Não duvidei de si... :)
E já lá vou.
LOL! Antes fosse Pê-Pê... (e não, não vou dizer qual é!) LOL!
ResponderEliminarBem sei que isto não vem ao caso, mas não tenho onde deixar o link:
ResponderEliminarhttp://parsifal79.blogspot.com/2009/02/lucrezia-aged-62.html
Pode entrar na Ópera de Munique e ver um bocadinho da Lucrezia da Gruberova.
Apaguei porque era asneira... nao me tinhas nada induzido em erro. Depois ia deixar outro mas fiquei sem bateria no computador. Sorry. E afinal, acertaria duas... bem me parecia que nao eras capaz de comer esse bichinho lindo!
ResponderEliminarPedro,
ResponderEliminarAi que era Pipi...
Paulo,
Obrigada! Não consegui ver, não percebo porquê. Mas vi as fotografias (que mania que os alemães têm de fazer produções excêntricas, percebo os boos para o encenador - o meu amigo Vítor viu em Berlim, há anos, um Idomeneo que se passava... no estúdio de um fotógrafo).
Acho-a tão envelhecida... fico triste. E com a cara cada vez mais larga, Deus me perdoe, que adoro a senhora!
Teresa, Teresa, assim não vai lá, se começa a dizer todos...
ResponderEliminarPedro,
ResponderEliminarDepois conta-me particularmente, valeu?