tag:blogger.com,1999:blog-33950509.post115793768424667047..comments2023-10-25T12:01:41.266+01:00Comments on A Gota de Ran Tan Plan: American TuneTeresahttp://www.blogger.com/profile/18016457343880548789noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-33950509.post-6996414884574792372008-02-04T12:19:00.000+00:002008-02-04T12:19:00.000+00:00Sem dúvida, sem dúvida!Gostei dessa tua imagem, tã...Sem dúvida, sem dúvida!<BR/>Gostei dessa tua imagem, tão expressiva, de um fio eléctrico descarnado. E os versos que assinalei a bold parecem relacionar-se intimamente com a tragédia, numa espécie de presságio, não achas?<BR/><BR/>A minha obsessão (que outro nome não pode ter) chegou a ser tão grande que dava comigo a rabiscar versos dela em guardanapos de papel, a cantá-la baixinho na rua - um pouco como me aconteceu com o <I>Lembro-me bem do seu olhar</I>, de Fernando Pessoa, que eu acho que é completamente Álvaro de Campos e quem classificou o espólio fez ali argolada.<BR/><BR/>A minha grande pena é não ter assinalado aqui o 25.º aniversário do Concerto do Central Park, a Gota tinha poucos dias e estava longe de ter uma linha definida. Bem... continua longe, convenhamos... :)<BR/>Um beijo.Teresahttps://www.blogger.com/profile/18016457343880548789noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33950509.post-6872631058473082692008-02-01T23:08:00.000+00:002008-02-01T23:08:00.000+00:00Cá estou, Teresa. Não para confirmar a verdade do ...Cá estou, Teresa. Não para confirmar a verdade do que me disseste, como é óbvio, mas porque fiquei curiosa. E esta música, que eu adoro e que para mim também tem alguma coisa de obsessivo, atinge uma profundidade impensável assim associada a esta tragédia. Seja de Paul Simon ou de Bach (ambos génios musicais) deixa-me, ainda mais agora, como um fio eléctrico descarnado.<BR/>Beijinhosana v.https://www.blogger.com/profile/16229558551974318876noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33950509.post-1158054120762257922006-09-12T10:42:00.000+01:002006-09-12T10:42:00.000+01:00Dei ontem comigo a cachimbar a paz com os botões. ...Dei ontem comigo a cachimbar a paz com os botões. Quem diria, hein? O que, tudo ponderado, significa sobremodo (por extensão) paz com todos, como desde pouco depois apercebi. <BR/>“Eirini passi!”, assim dizem os cristãos ortodoxos gregos o que russos correspondem com seu eslavónico “Mir vciem!”, estranhas dizedelas litúrgicas que para nós outros, bastando transformadas em “Pax vobis!”, logo a coisa soa tão mais familiar, se bem que um tanto passadista no mais dos casos.<BR/>O rezingar, entretanto, que é condição não natural no homem, por minoria de razão não deve ser tido por sua normalidade. <BR/>Pois que é, afinal, a “normalidade” senão um mais que duvidoso e sempre questionável máximo denominador comum de toda a realidade humana, em todas as suas complexas e correlatas latitude e longitude?<BR/>Ontem pois, por algum motivo, em um qualquer lugar de mim, algo não situável requebrou, adquirindo o todo digamos macieza anímica e ganhando em ânimo de mudança.<BR/>Porém, bem vista a coisa (aqui, está de ver, a “coisa” é o tal do Restelo mesmo, o mais novo que o outro de antanho), não houve por ali ponta de alguma desajustança intestina que despontasse, ou pinga de belicose mal resolvida ou bem que o fora sequer, ou mesmo alguma réstia de uma eventualmente aceitável expectação apreensiva. Bem ao invés total disso tudo. <BR/>O que chegou às colinas do Restelo, por onde peregrina o dito cujo de tanto fazer dar à costa azedio é agora, antes mesmo de tudo, algo que paradoxalmente (ou não) apenas radica de verdade no após tudo isso. Parece confuso, mas nem tanto.<BR/>De facto (e retomo a primeira do singular), a minha recém-passada imagem reflectida no espelho da má consciência recordo-a eu, agora em desassombro (com um misto de tranquilidade franciscana e de estóica indiferença), como nitidamente aquém do razoável de aceitar por alguma alma qual seja ela e, de par com isso, além do que deveria em sanidade arriscar-se quem quer seja respeitador ao menos de si mesmo. <BR/>Daí, pois, que a coisa tenha azedado sem remédio, para as bandas um pouco acima dos impassíveis Jerónimos. <BR/>Daí também que até num dia, como o de ontem, de obrigado silêncio interior para humano que se preze de o ser (a boca estaria autorizada a falar, a alma apenas a bem calar) – ao passar de um quinquénio sobre a infâmia, como tão adequada e rigorosamente disse a proprietária deste canto de delicadas gotas, justamente desconsolada aliás com o azedume e os azimutes deste restelense (pensava-se que incurável) na sua pretensa novidade – a criatura, dizia, como que a soltar o derradeiro respiro, ainda se permitiu bolçar, como nunca antes tão acremente o fizera, contra a pobre senhora. <BR/>Em nome póstumo pois do defunto, propriamente defuncto, que ora cessa tais execrandos modos na função, (e porque para tanto é escusada memória de elefante que bem o imponha e melhor o exija) aqui se deixa lavrada a intenção alfim nobre desta já antecipadamente mortuosa pestilência em pessoa. <BR/>Enterrada ela pois e, demais, com o cuidado nosso de bem confirmar o acto, segue então uma boa cachimbada de paz com a Teresa, amiga recente, mas alta e funda quanto aqueles poucos raríssimos sobrevivos da semi-centúria de meus anos, e a estendo (como não?) a todos os humanos de vontade boa. <BR/>Acabou a acre insídia “à portuguisa”, não acabou a presumível lucidez de um que se quer algo lucerna discreta e firme de quanto somos e devemos, de quanto somos e não devêramos, e o par de inversos disso. Era o que faltava. Vale.Luiz Pires dos Reyshttps://www.blogger.com/profile/10903670477630329375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33950509.post-1158020345250714332006-09-12T01:19:00.000+01:002006-09-12T01:19:00.000+01:00Acho que, como dizes, não há quem não se recorde d...Acho que, como dizes, não há quem não se recorde do que estava a fazer naquele dia e de como soube o que estava a acontecer em Nova Iorque, em Washington e nos céus da Pensilvânia. Eu estava a almoçar e um colega meu que tinha ido comprar tabaco à zona do restaurante onde havia televisão, apareceu de repente a dizer que uma das torres do WTC tinha sido atingida. Passado um minuto, aparece de novo, dizendo que a segunda também e que tinha sido um avião. Acabámos de comer à pressa, fomos a correr para a redacção e ficámos especados a ver a CNN. Nesse dia só recomeçámos a trabalhar muito mais tarde do que o normal, pois não conseguíamos desprender os olhos da TV. Depois... escrever sobre 'aquilo' foi terrível. Não me apetecia nada dizer como estava o petróleo a reagir, quando tantas pessoas tinham acabado de morrer. Um dia no calendário da infâmia, sim. Terrível. O terrorismo não nos ensina nada, a não ser o medo. Só que a liberdade, felizmente, é mais forte do que o medo. Um beijo grande (a letra da música é belíssima - e a música também, obrigada pelo envio).Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33950509.post-1157940326201469922006-09-11T03:05:00.000+01:002006-09-11T03:05:00.000+01:00Recebi de Donis de Frol Guilhade, como sempre como...Recebi de Donis de Frol Guilhade, como sempre como se pedisse licença para existir, a peça que aqui cito, sem delongas e sem outro comentário que não um mais que adequado silêncio setembrino. Perante tais mudas palavras joaninas, escritas por certo a fogo, que não a ferro, em uma outra não menos tremente ínsula de Patmos, são elas como brasas que lembram, que choram, que amam, que saram, que perdoam... Audiens audens!<BR/><BR/>“O que limita o verdadeiro é, não o falso, mas o insignificante”<BR/>(René Thom, in «Prédire n’est pas expliquer»)<BR/><BR/><BR/><BR/><BR/>Memorial pela execranda matança de 2.829 inocentes, nas torres gémeas de Baal, nova Babel em Iorque, no ameríndio reino de um Herodes em quase tudo quejando dum outro de vil antanho<BR/><BR/><BR/>vi subir do nascente obsessiva uma voz<BR/>de causar cadavéricos, vi-a surgir<BR/>numerosa, que ninguém podia<BR/><BR/>envolto em adamante, vigoroso íris<BR/>o rosto tinha como fogo<BR/>o sol aberto na planta da mão<BR/><BR/>pela aparência para a guerra<BR/>eram cavalos que pareciam cabeças<BR/>plúmbeas como rostos aparelhados<BR/><BR/>tinham o ventre como as mulheres<BR/>eram couraças como leões<BR/>e o ruído como combate de asas<BR/><BR/>vi seis os cantos da terra<BR/>a deterem os ventos sobre a maresia<BR/>nefasta ou qualquer ânimo pútrido<BR/><BR/>misturou-se sangue com granizo<BR/>e estrela em novação formou-se: ardeu<BR/>a devida parte e toda a daninha<BR/><BR/>repente negro como um saco<BR/>alma inteira como sangue<BR/>e as estrelas por terra quais frutos à caída<BR/><BR/>do céu a arder caem nós das nascentes<BR/>arcaicas (em chama a parte das águas)<BR/>ao absinto doutros amaros<BR/><BR/>sobre a terra a chave<BR/>do abismo abriu o poço das almas e dele<BR/>subiam fumos como grande<BR/><BR/>hão-de procurar sem que possam<BR/>encontrá-la, mas a morte<BR/>vai fugir-lhes sem que procurem<BR/><BR/>quando o silêncio se esvaiu<BR/>houve presenças na manhã<BR/>por metade da hora<BR/><BR/>cor de fogo, poder<BR/>de banir uns e levar<BR/>aos outros a mais enorme espada<BR/><BR/>desde a mão a fumegar subiu<BR/>o santo (d'aromas) e encheu em brasas<BR/>que lançou aos trovões e um abalo<BR/><BR/>tranquilo cada um até completar-se<BR/>o número dos seus<BR/>que estão para ser saudados<BR/><BR/>morto heis-me vivente<BR/>nas chaves de vencida --<BR/>escreve o que tiveres e os sucessos depois deles<BR/><BR/>quanto ao mystério que viste (O não)<BR/>e aos de luz: são anjos<BR/>lampadários são<BR/><BR/><BR/>Colagem (soluçada em lágrimas de surdos gritos) com extractos de “Diadema”, 1991Luiz Pires dos Reyshttps://www.blogger.com/profile/10903670477630329375noreply@blogger.com